domingo, 14 de outubro de 2012

NADA A DIZER A NÃO SER: LEIA O TEXTO

Meu nome é M., estou com 45 anos e sou fruto de uma família disfuncional...


...uma família que apesar de dizer que me respeita, admira, não demonstra em seus atos aceitação – a aceitação que tão desesperadamente preciso e que descobri, a duras penas, que não pode depender de nada ou ninguém. Cabe a mim a tarefa de me aceitar e me amar. Mas como?
Nesse lar, se é que se pode chamar esse núcleo de lar - no sentido lato da palavra - a crítica, a culpa, a incoerência e a cobrança subliminar imperam e como consequência carrego comigo o sentimento de nunca ter feito o bastante, de nunca ter sido boa o suficiente, de sempre ter deixado a desejar – sentimento este que me acompanha em todos os meus relacionamentos. E, portanto, busco lenitivos para aplacar a dor, a profunda dor que me paralisa. Isso não é uma justificativa, apenas uma constatação. Dizem que a compreensão liberta e é isto que sinto: entendo agora por que sempre quis provar meu valor pelo que faço e não pelo que sou. Mas este reconhecimento não pode me levar à resignação, mas, sim a dar um passo além, além da escravidão, da culpa; um passo ao encontro de mim. Em vez de esperar o abraço e a aceitação do outro para validar o que sinto, devo abraçar a mim mesma, aceitar e valorizar quem sou. Sim, os outros são importantes, mas para nos lembrar de quem somos e não para ditar quem somos ou quem deveríamos ser. Vivemos em uma época em que ninguém tem tempo. Portanto, reserve um momento para ouvires a ti, para saberes quem és e para validar o que sentes, o que pensas. Nunca espere do outro aquilo que não podes dar a ti mesmo. Pode ser que sintas um vazio ao agires assim, mas esse será muito menor do que o daqueles que esperam do outro aquilo que não podem dar a si mesmos.
Sê fiel a ti e a teus princípios, ao teu modo de ser, a tuas crenças. Somente tu podes oferecer a ti aquilo que a humanidade mais carece: Amor, Respeito e Aceitação.
Todos têm uma receita pronta com as normas do bem viver e de ser feliz, baseadas em ideias pré-concebidas, e se esquecem da maravilha de sermos cada um de nós um ser único, com uma impressão digital única, uma voz única, uma alma única e nisso reside a beleza da Criação. Um único Criador dividido, multiplicado, o que seja, em bilhões de seres únicos, cada um dos quais espelha Sua grandeza.
Precisamos nos fazer valer pelo que somos, suplantando toda dor, crítica, angústia e alçar vôo, perdoando a tudo e a todos por terem falhado, conscientes de que seu desejo era acertar, fazer o melhor, assim como nós, também, somos sujeitos a falhas e temos de aprender a nos perdoar.
A consciência nos liberta dos grilhões.  

M.

5 comentários: