sábado, 29 de junho de 2013

Post de 02 de Julho de 2013

AYN RAND (1905 - 1982)

Tão controversa,
Tão polêmica, 
Tão à frente de sua época.





Não deixe tua chama se apagar com a indiferença,
submersa no pântano da desesperança do agora não; do ainda não.
Não permita que o herói que habita em tu' alma padeça frustrado e solitário, 
desejando a vida que merecia ter, mas que sempre lhe escapou. 
Tu podes alcançar o mundo que almejas. Basta acreditar. 
Ele existe. 
É real.
É possível. 
É teu. 

Adaptação de texto de Ayn Rand

sexta-feira, 28 de junho de 2013

MOMENTO DE REFLEXÃO

(Contribuição de Maria Carlota, intrépida leitora de meus posts)



PORTANTO A VERDADE DE 1920 CONTINUA A SER A VERDADE DE 2013 E...

... se nada fizermos primeiramente por nós, depois pelo próximo e, em seguida, pelo bem comum, chegaremos em 2020 - um século após a declaração acima ter sido feita - sujeitos ao mesmo paradoxo ( do grego parádoksos,os,on 'estranho, bizarro, extraordinário'),  sem nada que preencha nosso vazio existencial e dê sentido à vida.  



Caso em virtude do tamanho da tela, tenha dificuldade em 
visualizar o texto acima acesse: http://mensagensdasemana.blogspot.com.br/2013/06/para-complementar-o-pensamento-de-ayn.html

O momento presente demanda reflexão sobre os valores que nos regem, pois sem tal entendimento não conseguiremos assumir uma postura assertiva quanto à vida que almejamos ter.



Com abraços  reflexivos,


Cláudia Coelho

quinta-feira, 27 de junho de 2013

A ATUALIDADE DO MITO DE PLATÃO

(Assista ao vídeo, leia a história e a interpretação de Marilena Chauí)



O MITO DA CAVERNA OU O DIÁLOGO DE SÓCRATES E GLAUCO






Trata-se de um diálogo metafórico onde as falas na primeira pessoa são de Sócrates e seu interlocutor, Glauco,um dos irmãos mais novos de Platão. No diálogo, é dada ênfase ao processo de conhecimento, contrastando a visão de mundo do ignorante, baseada no senso comum, e a do filósofo, na eterna busca da verdade.
Sócrates – Imagina homens numa morada subterrânea, em forma de caverna, com uma pequena fresta aberta à luz. Esses homens estão aí desde a infância, com as pernas e pescoço acorrentados, de modo que não podem mexer-se nem ver nada além do que está diante deles, pois as correntes os impedem de voltar a cabeça para o lado. A luz chega-lhes por meio de uma fogueira acesa numa colina que se ergue por detrás deles e, entre o fogo e os prisioneiros, há uma estrada ascendente. Imagina que ao longo dessa estrada há um alto muro, semelhante às divisórias que os apresentadores de títeres armam diante de si e por cima das quais exibem as suas maravilhas.
Glauco – Estou vendo.
Sócrates – Imagina agora, que ao longo dessa estrada, homens transportam objetos de toda espécie: estatuetas de homens e animais feitas de pedra, madeira e de toda espécie de material. Naturalmente alguns transportadores conversam entre si; outros seguem em silêncio.
Glauco - Um quadro estranho e estranhos prisioneiros.
Sócrates — Que se assemelham a nós, pois nada viram além de sombras projetadas pelo fogo na parede da caverna.
Glauco — Como poderia ser diferente se são obrigados a ficar com a cabeça imóvel durante toda a vida?
Sócrates — Portanto, mesmo que se comunicassem uns com os outros tomariam por objetos reais as sombras que viam.
Glauco — É bem possível.
Sócrates — E se a parede do fundo da prisão provocasse tamanho eco, sempre que um dos homens que passasse por essa estrada ao fundo da caverna falassem, não julgariam eles ser esse o som transmitido pelas sombras que passavam diante deles?
Glauco — Sim, por Zeus!
Sócrates — Dessa forma, tais homens não acreditarão ser real as sombras que veem e os sons que ouvem?
Glauco — Assim há de ser.
Sócrates — Considera agora que um dos prisioneiros, inconformado com a condição que se encontra decide abandoná-la. Ele se liberta dos grilhões, e parte em direção à luz. De início move a cabeça, depois o corpo todo e, por fim, avança na direção do muro e o escala. Em um primeiro momento a luz lhe cega; o corpo todo dói após anos de prisão, mas ele segue adiante. Como acreditas que ele se sentirá ao se conscientizar de que até o momento vira, nada além de fantasmas, mas que agora, mais perto da realidade e voltado a objetos mais reais, vê com mais justeza?...
Sócrates – Ele terá, creio eu, necessidade de se habituar a ver os objetos de um ponto de vista superior. A princípio, conseguirá distinguir mais facilmente as sombras; em seguida, as imagens dos homens e dos outros objetos que se refletem nas águas e por último, os próprios objetos.
Glauco - Sem dúvida.
Sócrates - Por fim, suponho eu, ele conseguirá contemplar o próprio Sol e não as imagens refletidas nas águas ou em qualquer outra coisa. .
Glauco - Concordo.
Sócrates – O próximo passo será conscientizar-se de que o Sol, que determina as estações ao longo dos anos, governa tudo no mundo visível e que, de certa maneira, é a causa de tudo o que se vê.
Glauco - Concordo com a tua opinião, até onde posso compreendê-la.
(Platão. A República. Livro VII)

Para tornar o texto mais palatável descrevi o desfecho do Mito da Caverna de acordo com o relato de Marilena Chauí (2008).

Aos pouco, conscientiza-se que estivera prisioneiro a vida toda e que nada mais vira a não ser sombras. No entanto, mesmo desejando nunca mais retornar à caverna, movido pelo desejo de ajudar seus companheiros, retorna ao subterrâneo sombrio para contar aos demais o que vira e convencê-los a se libertar também.
            Mas o que acontece? Os prisioneiros zombam dele e por não conseguir silenciá-lo com suas caçoadas, eles o espancam. Mesmo assim ele teima em afirmar o que viu e os incita a sair da caverna. Uma decisão arriscada. Ele provavelmente será morto por aqueles que se negam a ouvi-lo, mas ainda resta uma possibilidade: a de ser seguido por aqueles que compreendem seu chamado e decidem partir rumo à realidade.
Há diferentes interpretações para o fim dessa narrativa: algumas dizem que o prisioneiro que encontrou a luz foi morto; outras deixam a conclusão em aberto. Prefiro deixar ao leitor a conclusão da história e se algum dia obtiver uma resposta a esse impasse que me satisfaça com certeza a partilharei com vocês.
Há, também, diferentes interpretações, todas plausíveis, para as personagens e figuras desta alegoria – uma narrativa que expressa pensamentos, ideias e sentimentos de forma figurada; similar às parábolas de Cristo. No entanto, vou me restringir à interpretação de Marilena Chaui, apresentada em seu livro Convite à Filosofia, com a qual corroboro e está em consonância com a visão de Saramago apresentada no post abaixo:
- O que é a caverna? O mundo das aparências em que vivemos.
- Que são as sombras projetadas no fundo? As coisas que percebemos.
- Que são as corrente, os grilhões? Nossos preconceitos e opiniões, aquilo que
   Percebemos como sendo realidade.
- Quem é o prisioneiro que se liberta e sai da caverna? O filósofo, aquele que
   pensa o mundo.
- O que é o Sol? A verdade.
- O que é o mundo iluminado pelo Sol? A realidade.
- Qual instrumento o prisioneiro usou para se libertar e deseja usar para libertar
   os outros? A Filosofia*.

* Etimologia: do grego philosophía, 'amor pelo saber'.

              

Beijos filosóficos, 
Cláudia Coelho

sexta-feira, 21 de junho de 2013

MOMENTO POLÍTICO DE 21 DE JUNHO DE 2013




Dear Friends, 

Aqueles que me conhecem sabem que sou uma pessoa que dificilmente se manifesta politicamente - não que seja uma alienada - ao contrário, observo, reflito, busco "ler" os fatos que ocorrem à minha volta e, a partir de então, assumir uma postura ética em relação a eles. Exatamente por isso, peço que leiam o texto "É Assim que se Começa", que me foi enviado na forma de e-mail e está no final deste post, e o encaminhem, caso achem pertinente em virtude de sua relevância para todos os seus contatos. 




A solução que nosso "governo" (ou, melhor, "nosso des-governo") sempre apresenta para qualquer impasse relacionado à subvenção de serviços essenciais é o aumento de impostos e a diminuição de verbas destinadas a obras que beneficiam o povo em geral e não a minoria privilegiada - que está pouco se lixando para o que ocorre ao redor com os meros mortais: os trabalhadores, os comerciantes, os estudantes... todos que precisam gozar do direito de ir e vir e estão sendo prejudicados pela violência de um pequeno grupo de arruaceiros que faltaram à aula de "Como Atrair a População para uma Causa Justa". 

Será que esses vândalos não são indivíduos manipulados por forças políticas radicais cujo único intento é fazer uso das manifestações que estão tomando as ruas de nossas cidades para atingir seus objetivos? 



Não sei. A única coisa que posso afirmar é que além de enfraquecer um movimento popular que poderia fazer história iniciando um processo de transparência, coesão e coerência política, o radicalismo parece ter fortalecido a crença de nosso des-governo de que ainda nos alimentamos de pão e circo, de que nos calaríamos com o simples rebaixamento do preço da tarifa de ônibus – o estopim do movimento; mas não foi o que sucedeu. 

As manifestações continuam, a população está revoltada, no entanto, os mais afetados agora são os que habitam a periferia e sofrem com os saques às lojas, com a falta de transporte público - vítimas daqueles que se pronunciam sem mais saber por quê ou por quem - não que eu seja contra os movimentos populares, muito pelo contrário, mas estes tem de ser construídos com base em sólidos princípios para que não venham a se perder e sua bandeira se desvaneça.



A fim de que o povo continue a respeitar as instituições, faz-se necessário que as autoridades se pronunciem propondo soluções dignas para o impasse que se apresenta, dizendo “Não!”, ao aumento de impostos; “Não!”, ao fim de subsídios a serviços essenciais; “Sim!”, ao fim do “patrocínio” aos que deveriam, em tese, servir ao povo.

Sendo assim, acredito que o primeiro passo em direção ao fim do cabide de empregos que nosso Congresso e nossas Instituições se tornaram e à criação de um país democrático em seu sentido lato - desejo presente em todos os manifestantes, independentemente de raça, credo, inclinação partidária... - é a  promulgação da Proposta de Emenda Constitucional (PEC) que segue abaixo:


PS: Caso você concorde com o exposto e acredite que é possível ajudar a reformar nosso país, REPASSE a mensagem para seus contatos, pedindo a cada um deles para fazer o mesmo. No entanto, se a considerar irrelevante, desconsidere-a, durma tranquilo e acorde na ilusão de que o mundo ao redor continua a ser como sempre foi – privilégio de poucos e fardo de muitos.''''''


É ASSIM QUE SE COMEÇA
Lei de Reforma do Congresso de 2013 (emenda à Constituição) PEC de iniciativa popular: Lei de Reforma do Congresso (proposta de emenda à Constituição Federal)

1. Fica abolida qualquer sessão secreta e não pública para qualquer deliberação efetiva de qualquer uma das duas Casas do Congresso Nacional. Todas as suas sessões passam a ser abertas ao público e à imprensa escrita, radiofônica e televisiva.
2. O congressista será assalariado somente durante o mandato. Não haverá ‘aposentadoria por tempo de parlamentar’, mas contará o prazo de mandato exercido para agregar ao seu tempo de serviço junto ao INSS referente à sua profissão civil.
3. O Congresso (congressistas e funcionários) contribui para o INSS. Toda a contribuição (passada, presente e futura) para o fundo atual de aposentadoria do Congresso passará para o regime do INSS imediatamente. Os senhores Congressistas participarão dos benefícios dentro do regime do INSS exatamente como todos os outros brasileiros. O fundo de aposentadoria não pode ser usado para qualquer outra finalidade.

4. Os senhores congressistas e assessores devem pagar por seus planos de aposentadoria, assim como todos os brasileiros.

5. Aos Congressistas fica vetado aumentar seus próprios salários e gratificações fora dos padrões do crescimento de salários da população em geral, no mesmo período.

6. O Congresso e seus agregados perdem seus atuais seguros de saúde pagos pelos contribuintes e passam a participar do mesmo sistema de saúde do povo brasileiro.

7. O Congresso deve igualmente cumprir todas as leis que impõe ao povo brasileiro, sem qualquer imunidade que não aquela referente à total liberdade de expressão quando na tribuna do Congresso.

8. Exercer um mandato no Congresso é uma honra, um privilégio e uma responsabilidade, não uma carreira. Parlamentares não devem servir em mais de duas legislaturas consecutivas.
 

9. É vetada a atividade de lobista ou de ‘consultor’ quando o objeto tiver qualquer laço com a causa pública. 

A hora para esta PEC - Proposta de Emenda Constitucional - é AGORA. 

ABRACE ESTA CAUSA

Abraços politizados, 
Cláudia Coelho  








domingo, 9 de junho de 2013

REFLEXÃO DE 08 DE JUNHO DE 2013


O OLHAR DO TEMPO


Mais do que se fazerem nítidas nas rugas do rosto, na flacidez da pele, na fragilidade do corpo,  as marcas do tempo se fixam no espírito e se tornam claras no olhar.  


Cláudia   Coelho





segunda-feira, 3 de junho de 2013

DESABAFO DE 19 DE MAIO DE 2013




 Conjunto de regras e preceitos de ordem valorativa e moral de um indivíduo, de um grupo social ou de uma sociedade.

Etimologia: subst. lat. ethìca 'ética, moral natural etc.', do adj. gr. éthikós, fem. sing. éthikê  'ético, relativo à moral', substv. no neutro pl.  éthicá 'tratado sobre a moral, ética'.


Hoje aprendi a duras penas que a falta de ética é mais uma das epidemias do século XXI!!!

Sei que parece lugar comum, afinal, não é de hoje que se fala sobre a falta de ética em todos os níveis – eu mesma já discorri sobre esse assunto. No entanto, quando somos atingidos em nossa integridade, nos sentimos violentados; nosso espírito sofre. 


 Infelizmente, assim como a maioria de nós, eu já havia chegado a um ponto em que ausência de qualquer rastro de ética na política, nas relações profissionais, sociais, internacionais... - a lista é extensa - não mais me chocava. Todos os dias, sentava-me anestesiada, entorpecida, em frente à TV para assistir aos noticiários e ser bombardeada pela miséria e degradação de nossa sociedade em seu sentido lato – não que fatos como a tragédia de Santa Maria não tenham me chocado, assim como a tantas outras pessoas, mas parece ser preciso uma calamidade para sairmos de nossa zona de conforto. “Hoje as coisas são assim”, tornou-se dito popular. Vivemos no mundo do ‘salva-se quem puder’ – a palavra de hoje, amanhã nada vale; a violência e a impunidade imperam; valores como o amor, a família - antes estruturas da sociedade - cederam lugar ao poder, ao status e ao sucesso; a ética e a moral parecem, mais do que conceitos em extinção, ideias ultrapassadas...



Portanto, foi com alegria que há cerca de uma semana assisti a uma aula sobre autoética no NEMESS - Núcleo de Estudo e Pesquisa Sobre Ensino e Questões Metodológicas em Serviço Social da PUC de São Paulo, ministrada pela professora Maria Lúcia Rodrigues, a qual só veio a confirmar meu conceito de ética: moral natural que suplanta a moral estabelecida pela sociedade e é formada pelos preceitos e valores individuais que norteiam nossas ações.  

A ética tem início no indivíduo, é um conceito que reside em nosso interior e transparece nas decisões que tomamos em nosso dia a dia, no modo como nos relacionamos com nossos semelhantes, com o mundo... É ela que nos dá subsídios para aceitar, ou não, as éticas formais e profissionais e embasa nossa ação no mundo.
A ética tem como base o caráter, a autocrítica, o discernimento e o pensamento crítico – este último item, em constante exercício e formação. 
   
Logo, não é sem pesar que, após ter assistido à preleção da professora Maria Lúcia, tive meus princípios éticos violados.   

Como você se sentiria - caso fosse uma professora, escritora, tradutora e revisora que sempre prezou seu ofício - se um tradutor lhe enviasse um texto para revisar e ficasse óbvio, após três horas de trabalho, em uma tarde de sábado, que a única coisa que seu “colega” fez foi colocar o original no Google tradutor, sem nem se preocupar em “dar um tapa”?

Bem, não sei como você se sentiria. A única coisa que posso relatar é como me senti: subestimada, ultrajada e atônita.

Subestimada, pois ele achou que eu não perceberia que o texto encaminhado fora gerado por uma máquina; ultrajada, pois a atitude do suposto tradutor foi contra todos os meus princípios éticos e, por fim, atônita, pois qualquer profissional que se preze sabe que um computador, por mais moderno que seja, não tem a capacidade de traduzir um texto que respeite as regras gramaticais ou a precisão do vocabulário da língua alvo, de compreender o contexto, etc. etc. e tal. Gosto de fazer a seguinte pergunta em minhas aulas: “Como você traduziria - ‘É uma manga?’”. Estou falando sobre a “manga” fruta ou sobre a “manga” de camisa?



Não sei se minha reação foi exacerbada. Costumo ouvir e ler com frequência que não devemos nos deixar incomodar e perder nosso tempo e energia com coisas e pessoas que não nos tragam nada de positivo; concordo, mas ainda não atingi esse estágio de perfeição – algumas coisas ainda me “pegam”.

O ofício do tradutor implica, antes de tudo, em fidelidade – não, necessariamente, às palavras, mas ao sentido do texto, à mensagem e ao estilo do autor - demanda pesquisa, precisão – como tal expressão seria articulada na língua alvo? Como determinada marca cultural pode ser melhor compreendida pelo público ao qual o texto se destina? O texto está bem redigido? Essas são apenas algumas das perguntas que acompanham o tradutor em seu trabalho.


Traduzir é um quebra-cabeça que demanda apuro, dedicação; a ponte necessária para que milhares de pessoas tenham acesso a inúmeras obras da literatura internacional, material de pesquisa, trabalhos acadêmicos...

Certa vez ouvi de uma professora uma frase que nunca deixou de me “perseguir”: “Uma tradução não pode ter sotaque!”. Acredito que escutar o seguinte elogio: “Nossa! Nem parece tradução”, após intermináveis horas de trabalho, seja um dos grandes prazeres de um tradutor. Pelo menos para mim o é.

 Exatamente, por isso, fico indignada ao receber um texto para revisar que, além de fugir de todos os parâmetros de uma boa tradução, demonstra o descaso e a incompetência do “dito” tradutor, sua falta de ética profissional e acima de tudo de autoética.

Para que a ética seja cultivada e vivenciada nas relações familiares, sociais e profissionais é imperativo que, acima de tudo, cultivemos um viver ético, reflitamos sobre nossas idéias e convicções e exercitemos a autocrítica.  


A máxima socrática, “Conhece-te a ti mesmo”, é o único caminho possível para se atingir a verdade e traduz o conhecimento necessário para conseguirmos resolver conflitos internos e modificar nossa relação conosco, com o próximo e com o mundo.

Por um viver ético,


Cláudia Coelho

domingo, 2 de junho de 2013

TEMPO DE MUDANÇA

A TELA DE PROTEÇÃO DE MEU GATO

01 de junho de 2013



Mude,
Mas comece devagar,
Porque a direção é mais importante que a velocidade.

Edson  Marques
                                             
Queridos seguidores de meu blog, este tem sido, literalmente, um tempo de mudança em todos os sentidos, e para fechar este momento com chave de ouro decidi voltar para o apartamento que me abrigou por mais de vinte anos e traz impregnado em suas paredes grande parte de minha história de vida. Não foi sem emoção que hoje, após seis anos de ausência, abri a porta de minha casa - talvez em um próximo post conte a saga que foi ter conseguido tal feito afinal planejara tudo para que esta mudança fosse a mais bem organizada de minha vida. Ledo engano. 




Graças ao Universo, para não dar um cunho religioso ao meu relato. Estava acompanhada de minha mãe – sua maior preocupação: as telas de proteção do Misha. Não, ele não é meu filho, é meu gato: aquele que assim que sempre que acordo me pede uma ração de comida, que fica a postos quando estou exausta trabalhando no computador, que percebe quando estou chateada e deita em meu colo, que se aninha em meus pés sempre que me deito.  
Tão preocupada que estava com a pintura, com o piso desgastado, com os móveis que não sabia onde o administrador do apartamento havia guardado – apesar de não serem itens de primeira necessidade - esqueci-me de prestar atenção ao mais importante, a proteção daquele que me guarda e me acarinha quando mais preciso.


Assim que cheguei em casa, segui o conselho de “mamis”. Em vez de ficar procurando na Internet por empresas que pudessem instalar no banheiro as prateleiras que poderiam abrigar alguns itens pessoais, a primeira atitude que tive foi procurar empresas que oferecessem redes de proteção. Felizmente, tive a sorte de encontrar uma, em meio às milhares que existem que entenderam minha preocupação – ter de mudar para um apartamento onde meu filhote, caso não houvesse uma rede de proteção teria de ficar preso – as outras queriam que me ajustasse a todas as condições que propunham, sem negociação: prazo de entrega do serviço, instalação, condições de pagamento...



Tive o mesmo problema ao tentar contratar uma empresa que cuidasse do piso, da parte elétrica, dos detalhes gerais que, infelizmente, não tenho condições de fazer por mim mesma, caso contrário, seria essa minha atitude.

O que senti durante esse processo é que as empresas de serviços, tão preocupadas em ter uma atitude profissional, esquecem-se de que estão lidando com seres humanos, cujas demandas e necessidades são diferentes. Não sou a favor do “tudo pelo cliente”, mas há que se achar um meio termo entre a forma que os serviços são oferecidos e as necessidades do contratante. Quem não gosta de sentir que está recebendo um serviço que busque atender, da melhor forma possível, aquilo que espera.

Como professora, deparo-me com o mesmo dilema, portanto minha primeira aula sempre é dedicada a escutar meu aluno ou o grupo com o qual vou trabalhar e, a partir de então, sempre dentro de uma visão conjunta e ética, busco a melhor estratégia para suprir suas necessidades.





Toda essa reflexão levou-me a pensar no sentido abrangente de uma “rede de proteção” e, por que não no de uma “proteção na rede”? Os limites entre o privado e o social estão cada vez mais tênues. Alguns não se importam de tornar disponíveis em alguma rede social assuntos antes guardados entre quatro paredes como: “Passei uma noite agradável com fulano ou fulana” - eles estão disponíveis para quem quiser ler. Nossos hábitos e dados pessoais, os quais colocamos inocentemente em algum formulário de uma Loja de Departamentos, são por estas usados para nos atrair e, por vezes, nos constranger.

Por conseguinte, proteger-se e proteger os que nos são caros contra esses ataques tornou-se imperativo. Talvez a primeira peça desse quebra-cabeça seja formada por “pequenas” atitudes conscientes, como colocar em seu apartamento a rede de proteção de seu filhote de estimação antes de preocupar-se com o brilho do piso. 

Essa peça, para alguns parece ser uma prisão, mas é na realidade um ato de amor, pois sentir-se seguro é uma das necessidades básicas dos seres vivos.  Assim sendo criar estratégias para encaixarmos outras peças que protejam as pessoas que amamos e a nós mesmos da manipulação, da desinformação, do caos  tornou-se primordial no mundo aético em que vivemos

Beijos de quem está buscando completar um quebra-cabeça que se transforma com o tempo,
Cláudia Coelho