domingo, 2 de junho de 2013

TEMPO DE MUDANÇA

A TELA DE PROTEÇÃO DE MEU GATO

01 de junho de 2013



Mude,
Mas comece devagar,
Porque a direção é mais importante que a velocidade.

Edson  Marques
                                             
Queridos seguidores de meu blog, este tem sido, literalmente, um tempo de mudança em todos os sentidos, e para fechar este momento com chave de ouro decidi voltar para o apartamento que me abrigou por mais de vinte anos e traz impregnado em suas paredes grande parte de minha história de vida. Não foi sem emoção que hoje, após seis anos de ausência, abri a porta de minha casa - talvez em um próximo post conte a saga que foi ter conseguido tal feito afinal planejara tudo para que esta mudança fosse a mais bem organizada de minha vida. Ledo engano. 




Graças ao Universo, para não dar um cunho religioso ao meu relato. Estava acompanhada de minha mãe – sua maior preocupação: as telas de proteção do Misha. Não, ele não é meu filho, é meu gato: aquele que assim que sempre que acordo me pede uma ração de comida, que fica a postos quando estou exausta trabalhando no computador, que percebe quando estou chateada e deita em meu colo, que se aninha em meus pés sempre que me deito.  
Tão preocupada que estava com a pintura, com o piso desgastado, com os móveis que não sabia onde o administrador do apartamento havia guardado – apesar de não serem itens de primeira necessidade - esqueci-me de prestar atenção ao mais importante, a proteção daquele que me guarda e me acarinha quando mais preciso.


Assim que cheguei em casa, segui o conselho de “mamis”. Em vez de ficar procurando na Internet por empresas que pudessem instalar no banheiro as prateleiras que poderiam abrigar alguns itens pessoais, a primeira atitude que tive foi procurar empresas que oferecessem redes de proteção. Felizmente, tive a sorte de encontrar uma, em meio às milhares que existem que entenderam minha preocupação – ter de mudar para um apartamento onde meu filhote, caso não houvesse uma rede de proteção teria de ficar preso – as outras queriam que me ajustasse a todas as condições que propunham, sem negociação: prazo de entrega do serviço, instalação, condições de pagamento...



Tive o mesmo problema ao tentar contratar uma empresa que cuidasse do piso, da parte elétrica, dos detalhes gerais que, infelizmente, não tenho condições de fazer por mim mesma, caso contrário, seria essa minha atitude.

O que senti durante esse processo é que as empresas de serviços, tão preocupadas em ter uma atitude profissional, esquecem-se de que estão lidando com seres humanos, cujas demandas e necessidades são diferentes. Não sou a favor do “tudo pelo cliente”, mas há que se achar um meio termo entre a forma que os serviços são oferecidos e as necessidades do contratante. Quem não gosta de sentir que está recebendo um serviço que busque atender, da melhor forma possível, aquilo que espera.

Como professora, deparo-me com o mesmo dilema, portanto minha primeira aula sempre é dedicada a escutar meu aluno ou o grupo com o qual vou trabalhar e, a partir de então, sempre dentro de uma visão conjunta e ética, busco a melhor estratégia para suprir suas necessidades.





Toda essa reflexão levou-me a pensar no sentido abrangente de uma “rede de proteção” e, por que não no de uma “proteção na rede”? Os limites entre o privado e o social estão cada vez mais tênues. Alguns não se importam de tornar disponíveis em alguma rede social assuntos antes guardados entre quatro paredes como: “Passei uma noite agradável com fulano ou fulana” - eles estão disponíveis para quem quiser ler. Nossos hábitos e dados pessoais, os quais colocamos inocentemente em algum formulário de uma Loja de Departamentos, são por estas usados para nos atrair e, por vezes, nos constranger.

Por conseguinte, proteger-se e proteger os que nos são caros contra esses ataques tornou-se imperativo. Talvez a primeira peça desse quebra-cabeça seja formada por “pequenas” atitudes conscientes, como colocar em seu apartamento a rede de proteção de seu filhote de estimação antes de preocupar-se com o brilho do piso. 

Essa peça, para alguns parece ser uma prisão, mas é na realidade um ato de amor, pois sentir-se seguro é uma das necessidades básicas dos seres vivos.  Assim sendo criar estratégias para encaixarmos outras peças que protejam as pessoas que amamos e a nós mesmos da manipulação, da desinformação, do caos  tornou-se primordial no mundo aético em que vivemos

Beijos de quem está buscando completar um quebra-cabeça que se transforma com o tempo,
Cláudia Coelho


Um comentário:

  1. Que bom que você gostou da frase inicial do meu poema Mude.
    Mude, mas comece devagar, porque a direção é mais importante que a velocidade.

    Se puder, veja o poema todo, assim como o vídeo e o livro Mude, publicado pela Pandabooks, com prefácio de Antonio Abujamra, e à venda nas maiores livrarias.

    E o vídeo Mude pode ser visto aqui, no Comercial da Fiat:
    http://www.youtube.com/watch?v=-IwFkGLRKps
    Ou aqui:
    http://www.youtube.com/watch?feature=player_embedded&v=KlP9XpjVsas

    Devidamente registrado na Biblioteca Nacional do Ministério da Cultura – Registro 294507 – Livro 534 – Folha 167 – em 04/08/2003.
    Até a Revista Veja publicou matéria a respeito: http://veja.abril.com.br/090703/p_103.html
    Além disso, tal poema também já foi publicado por Pedro Bial na faixa 4 do CD Filtro Solar.

    Detalhes em http://Mude.blogspot.com

    Flores...

    Gostei do teu gato!

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