segunda-feira, 6 de janeiro de 2014

NADA ALÉM DE UM





Recado





A você que está aí a me criticar sentado confortavelmente em sua poltrona, com sua vida perfeita e insossa;

A você que está aí tranquilo em sua redoma, deixando a Vida passar ao largo;

A você que está aí sem crises existenciais, por não se deixar tocar pela existência;

A você que não sofre, pois não sente;

A você que está aí sem se perguntar o como e o porquê das coisas, pois teme as respostas;

A você que acredita ser dono da verdade, quando ela lhe escapa pelos dedos;

A você que está aí a me enxergar através de uma lente distorcida;

A você que está aí a me criticar, surdo ao que sinto;

A você que estende com uma mão e tira com a outra;

A você que finge altruísmo com o único intuito de “dormir em paz”;

A você que, cego, me critica, não me Vê, por me julgar um espelho do outro que deseja atingir;

A você que está aí a me espezinhar, com os ouvidos, os olhos e o coração cerrados à minha dor;

A você que se acredita saudável, mas que, talvez, sem saber, seja portador do pior mal social ― a imagem sobre a verdade;

Um recado: deixem-me em paz!

E...

A você que está aí vivendo de aparências, buscando ter antes de ser, cuidado: saiba que não está no topo do mundo, mas à beira de um precipício;

A você que, em sua pseudoperfeição, é intolerante a ponto de renegar as diferenças, também, cuidado: a solidão está à sua porta.





Por fim...

Não quero ser mote de discussões.
Não quero ser o brinquedo com o qual você se distrai de si.
Não sou, nem me permitirei ser, o bode expiatório de sua vida.

Vocês que estão aí a me criticar, por favor: DEIXEM-ME EM PAZ!




CSC

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