quarta-feira, 21 de novembro de 2012


DESABAFO - PARTE I





É impossível manter-me impassível perante a violência que assola nossa cidade, nosso país, nossas relações.
Há pouco tempo tínhamos medo de perder nossos celulares, hoje temos medo de perder a vida.  
Mas pior ainda do que o medo é o fato de estarmos nos tornando insensíveis, anestesiados, perante a barbárie que toma o mundo. Fechamo-nos entre quatro paredes como se o mundo exterior não existisse, esquecendo-nos de que somos parte de uma irmandade e frutos da mesma energia que permeia o todo. Lamentamos o tsunami no Japão, mas não nos sensibilizamos, pois continuamos nos sentindo seguros vivendo no 10º andar de um prédio de classe média, até que o terror chega à porta de teu vizinho e te diz: “Estou à sua espreita, você pode ser o próximo”. E, então, compramos mais trancas, blindamos os carros, contratamos seguranças, como se isso pudesse impedir o ódio avassalador que toma o mundo.
Você já parou para se perguntar: Mas, por quê?
O século XXI foi prognosticado como um período de paz, harmonia e entendimento entre os homens – o início da Era de Aquário.
Estamos em 2012 e nada do que foi anunciado se concretizou, aliás parece estar cada vez mais longe de se tornar realidade: as torres gêmeas, símbolo máximo do poderio americano vieram abaixo, o terror se espalha pelo mundo – às vezes chego até a concordar com Saramago: “O mundo seria mais pacífico se todos fossem ateus”, catástrofes naturais acontecem uma após a outra, crimes hediondos preenchem os noticiários dia após dia, a corrupção está escancarada e as relações se deterioram a olhos vistos. O que deu errado? Às vezes chego a concordar com Saramago: “O mundo seria mais pacífico se todos fossem ateus”. 
Não tenho resposta para essa pergunta e acredito que a maioria de nós não tenha. No entanto, acredito que a reflexão valha a pena para que pelo menos nosso mundo interior não se desintegre e consigamos resgatar a integridade de Ser.  

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