DESABAFO - PARTE I
É
impossível manter-me impassível perante a violência que assola nossa cidade, nosso
país, nossas relações.
Há
pouco tempo tínhamos medo de perder nossos celulares, hoje temos medo de perder
a vida.
Mas pior ainda do que o medo é o fato de estarmos nos tornando insensíveis, anestesiados,
perante a barbárie que toma o mundo. Fechamo-nos entre quatro paredes
como se o mundo exterior não existisse, esquecendo-nos de que somos parte de
uma irmandade e frutos da mesma energia que permeia o todo. Lamentamos o tsunami
no Japão, mas não nos sensibilizamos, pois continuamos nos sentindo seguros
vivendo no 10º andar de um prédio de classe média, até que o terror chega à
porta de teu vizinho e te diz: “Estou à sua espreita, você pode ser o próximo”.
E, então, compramos mais trancas, blindamos os carros, contratamos seguranças,
como se isso pudesse impedir o ódio avassalador que toma o mundo.
Você
já parou para se perguntar: Mas, por quê?
O
século XXI foi prognosticado como um período de paz, harmonia e entendimento
entre os homens – o início da Era de Aquário.
Estamos
em 2012 e nada do que foi anunciado se concretizou, aliás parece estar cada vez
mais longe de se tornar realidade: as torres gêmeas, símbolo máximo do poderio
americano vieram abaixo, o terror se espalha pelo mundo – às vezes chego até a
concordar com Saramago: “O mundo seria mais pacífico se todos fossem ateus”, catástrofes
naturais acontecem uma após a outra, crimes hediondos preenchem os noticiários
dia após dia, a corrupção está escancarada e as relações se deterioram a olhos
vistos. O que deu errado? Às vezes chego a concordar com Saramago: “O mundo seria mais pacífico se todos fossem ateus”.
Não
tenho resposta para essa pergunta e acredito que a maioria de nós não tenha. No
entanto, acredito que a reflexão valha a pena para que pelo menos nosso mundo interior não
se desintegre e consigamos resgatar a integridade de Ser.
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