ORÁCULO DO PÃO CARNAVALESCO DE 10, 11 E 12 DE FEVEREIRO DE 2013
CARNAVAL
DA INTROSPECÇÃO À FOLIA
NADA CONTRA OS FOLIÕES, MAS VALE A PENA CONHECER
A ORIGEM E O OUTRO LADO DESSA FESTA
Inspirada pela entrevista com o professor de taoísmo Roberto Ostu, realizada durante visita a Zu Lai, o maior templo budista da América Latina, e levada ao ar em 09 de fevereiro de 2013 no programa Caminhos Alternativos da Rádio CBN, decidi escrever um post contando a história e origem do carnaval e lembrá-los de que “coincidentemente” em 10 de fevereiro de 2013, tem início o ano da serpente de água do horóscopo chinês.
O carnaval é uma festa que teve origem na Grécia entre os anos 600 e 520 a.C., durante a qual os gregos realizavam diversos cultos em agradecimento aos deuses pela fertilidade do solo e abundância de alimentos e que tinha o mesmo espírito dos bacanais, saturnais, lupercais e outras manifestações populares greco-romanas.
Durante a Antiguidade Cristã, em cerca de 550 d.C., a Igreja Católica procurou dar um caráter diferente ao carnaval; celebrando-o como momento de reflexão e preparação para a quaresma - o período de resguardo que antecede a Páscoa.
O termo carnaval, deriva do latim "carne levare", significa "adeus à carne" ou "abstenção da carne" e sua data era determinada na Idade Média pelo ano lunar.
O carnaval moderno, com desfiles e fantasias, é produto da sociedade vitoriana do século XIX.
De acordo com Roberto Ostu: “Por conta de seu perfil reflexivo e meditativo, o carnaval cristão do início da Idade Média tinha como objetivo levar o homem à introspecção e ao silêncio interior; o qual se assemelha aos princípios da cultura oriental”, e complementa, “Em virtude de nossos pensamentos agitados e, consequente comportamento inquieto, é necessário silenciar, de tempos em tempos, para que nossas atitudes tenham como base a sabedoria interior. Podemos usar como metáfora um lago: quanto mais agitado, mais turvas suas águas, e mais difícil enxergar seu interior; no entanto, quando as águas estão tranquilas e cristalinas conseguimos enxergá-lo com profundidade”.
O professor também enfatiza a necessidade de nos sentirmos e de nos conscientizarmos de que somos parte da natureza: “Caso o indivíduo se sinta separado desta, irá se considerar o centro do mundo e se afastará de sua origem, de sua fonte. Deveríamos agir como os animais e as plantas que seguem seu ritmo natural de evolução e deixar de lado nossa prepotência. Tal atitude gera tranquilidade, pois nos leva a entender que há algo maior e além de nós regendo o universo e tudo que temos é o aqui e agora. Nossos problemas começam quando começamos a nos atritar com a natureza querendo controlá-la. Infelizmente, o controle é um traço humano.
Quanto ao ano chinês da serpente de água que se iniciou em 10 de fevereiro de 2013 Roberto Ostu diz: "A água simboliza o recolhimento e a meditação e a serpente, a sabedoria, a reflexão, o deixar-se levar pela vida. observe como ela se move de modo tranquilo, sinuoso, elegante. Portanto, nesse ano, ponderação, planejamento, consciência e ajuste às leis da natureza devem ser nossas palavras de ordem na busca, como dizem os budistas, da alegria contente ou, em nossas palavras, da serenidade, – o objetivo máximo do budismo".
E, por fim, sugere: “Procure todos os dias, nem que seja por cinco minutos, estar em contato consigo: desligue o celular, o computador, esqueça os compromissos e dê espaço a sua voz interior.
Abraços reflexivos e carnavalescos,
Cláudia Coelho
Templo Zu Lai
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