quarta-feira, 30 de janeiro de 2013





ORÁCULO DO PÃO DE 30 E 31 DE JANEIRO DE 2013


POR QUE O MEDO?

Dia desses, recebi um e-mail de uma amiga com um poema atribuído a Clarice Lispector que dizia:
“Já escondi um amor com medo de perdê-lo,
Já perdi um amor por escondê-lo,
Já segurei nas mãos de alguém por estar com medo,
Já tive tanto medo a ponto de não sentir as mãos...”

E pensei: “Quantos projetos nem chegam ao papel? Quantas iniciativas são deixadas de lado? Quantos não preferem o resguardo à coragem de ousar, de ir além, enfrentar o medo de falhar, de dar o primeiro passo?
Com a idade esse medo se torna cada vez mais forte. Os adolescentes são conhecidos por seu arrojo, agressividade, sua vontade de ir contra o preestabelecido, a sociedade, a família..., mas com o passar do tempo a necessidade de segurança começa a falar mais alto, temos de garantir o pão nosso de cada dia e, então, a criatividade e ideias geniais  começam a ser abafadas, postas de lado. Quantas mentes brilhantes se renderam ao mundo abraçando uma oportunidade que achavam que seria seu “pulo do gato” – vou trabalhar “x” anos, ganhar dinheiro e depois fazer aquilo que quero – e  terminaram a vida criando embalagens para molho de tomate? Nada contra, caso seja essa sua vocação e você se sinta realizado. Talvez criar embalagens para molho de tomate lhe dê condições de fazer o que quer com seu tempo livre e o leve a buscar algo além do prazer imediato; algo que o preencha. Triste é ver o olhar resignado, o ombro baixo, o passo arrastado... daqueles que se acomodaram e por medo não conseguiram se lançar e ampliar seu horizonte -  uma perda para a humanidade, pois cada um tem em si algo que lhe é próprio, singular, único e que pode e deve ser compartilhado.    


Portanto não se permita chegar ao fim da vida questionando aquilo que você poderia ter sido e não foi.
Dificuldades sempre existirão, não importa qual o caminho escolhido, afinal ainda não atingimos o Paraíso - e quem disse que ser bonzinho, seguir os ditames de quem quer, ou, do quer que seja vai livrá-lo de enfrentar os percalços da vida? Afinal, estamos em uma escola.
Enfim, não deixe que o medo o paralise, enxergue-o como um desafio, pois como citado em outro trecho do poema acima:
... Já tive medo do escuro,
Hoje no escuro “me acho, me agacho, fico ali...”

Aquilo que antes era visto como aterrador transformou-se em refúgio. 
Há alguns anos ouvi, ou li, não me recordo exatamente, algo que nunca me saiu da cabeça: “Quando decidimos enfrentar o medo, terminamos por descobrir, na maioria das vezes, que ele era infundado, encontrava-se apenas em nossa mente; e nos abrimos para o imprevisível, para o novo”.
Lembre-se do velho ditado: “Do chão não passa”, talvez você se surpreenda com o resultado.
Mas cabe aqui uma nota sobre algo que os anos ensinam - respeito:
“Ao cruzar uma rua não de sorte ao azar: olhe para os dois lados e atravesse na faixa de pedestres”.  
Sem  medo de viver e 
com amor, 
Cláudia Coelho

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