CRÔNICA DO DOMINGO ANSIOSO DE 10 DE MARÇO DE 2013
De sábado para domingo dormi como um anjo. O sábado foi um dia muito bom: trabalhei pela manhã, passei parte da tarde compilando textos para o livro que pretendo publicar, permiti-me descansar, fiz ginástica e, por fim passei horas agradáveis com minha mãe, conversando, dando risada de nossas “desgraças”, assistindo à novela das 9h, xingando os absurdos e a falta de continuidade da trama – tenho a impressão de que os produtores consideram os telespectadores um grupo de ignorantes. Mesmo assim, mas assistir a novelas é um hábito arraigado nos brasileiros e, por pior que seja o enredo, lá estamos nós, em frente à “telinha” - talvez esse seja um momento necessário de alienação dos absurdos que ocorrem na chamada “vida real” e com os quais temos de conviver dia após dia.
Acordei no domingo tranquila, afinal há meses não tinha um dia que pudesse dedicar a mim, mas por motivos alheios à minha vontade - e que não cabem ser citados aqui, tive uma crise de ansiedade, e lá se foi meu domingo “tranquilo” por água abaixo. Como sou ansiosa “de carteirinha”, vi-me andando de um lado para o outro em minha sala 2 x 4, pois esse é o espaço que me resta em um apartamento de um dormitório repleto de livros, respirando fundo a cada passo tentando me acalmar: até meu gato que sempre fica a me lado, fugiu de mim, refugiando-se na varanda. Abri então a porta do apartamento para aumentar a extensão do circuito; andando pelo hall de entrada e pela sala, por vezes fazendo um pit stop na cozinha para respirar e buscar elevar a vibração de meus pensamentos.
Cansada de andar de um lado para outro, resolvi fazer o mesmo que Ivete Sangalo faz para relaxar (pelo menos foi o que ela relatou em uma entrevista com Jô Soares) – mergulhar na faxina da casa, limpando cada cantinho, cada fresta, com esmero. Bem, funcionou, minha ansiedade que é a mesma energia que minha psiquiatra diz que me faz ser uma pessoa criativa, dinâmica e pronta a enfrentar desafios baixou, e então me lembrei de um texto bíblico: o Livro de Eclesiastes, considerado por alguns como o Livro da Sabedoria, o qual faz parte do Velho Testamento e que já foi cantado por ninguém menos que Renato Russo:
“Tempo para Tudo”
Acredito que muitos de vocês o conheçam, mas gostaria de registrá-lo aqui para que meus leitores nunca se esqueçam dessas palavras de sabedoria e lembrem-se delas nos momentos de aflição:
“Tempo para Tudo”
Tudo tem seu tempo determinado, e há tempo para todo propósito debaixo do céu:
Há tempo de nascer e de morrer;
Tempo de plantar e tempo de colher o que foi plantado;
Tempo de matar e tempo de curar;
Tempo de derribar e tempo de edificar;
Tempo de chorar e tempo de rir;
Tempo de lamentar e tempo de dançar;
Tempo de atirar pedras e tempo de juntá-las;
Tempo de abraçar e tempo de apartar-se;
Tempo de buscar e tempo de perder;
Tempo de guardar e tempo de jogar fora;
Tempo de rasgar e tempo de coser;
Tempo de calar e tempo de falar;
Tempo de amar e tempo de odiar;
Tempo de guerra e tempo de paz.
Percebi então, que cabe a nós saber o momento em que nos encontramos e apreender o ensinamento imbuído neste.
No meu caso percebi que esse momento pedia de mim que abrisse mão de minha prepotência, minha desconfiança, meu medo de críticas, que alguns acreditam ser arrogância, e aceitar que por vezes precisamos da ajuda e do apoio dos que nos são mais próximos, sem me sentir diminuída, sem me menosprezar; mas, ao contrário, dar graças por ter com quem contar – pessoas que me amam e arregaçam a manga por mim.
Obrigada família, obrigada amigos, obrigada...
Beijos
Clau
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