segunda-feira, 8 de outubro de 2012

O texto abaixo é uma tradução adaptada
do poema "Please Hear What I'm Not Saying", 
de Charles C. Finn, o qual fala por si só. 


OUÇA O QUE INSISTO CALAR

Não te deixes enganar.
Não te deixes enganar por meu semblante,
pois ele é uma máscara,
uma das milhares de máscaras que visto,
que receio tirar,
e nenhuma delas sou eu.

A arte de dissimular tornou-se minha segunda natureza.
Mas, não te deixes enganar.
Por Deus! Não te deixes enganar,
Talvez eu dê a impressão de ser seguro, feliz e de que a paz reina tanto dentro quanto fora de mim.
De que meu nome é confiança e, meu sobrenome, tranquilidade.
De que o oceano da vida flui a meu favor e de que tenho total controle sobre ele...
De ser autossuficiente, de não precisar de ninguém.
Mas não creias nas aparências.

Meu semblante talvez seja sereno, mas é uma máscara que se amolda ao momento, por trás do qual escondo o que sinto, o que sou.
Por trás do qual oculto a insatisfação que sinto comigo mesmo;
o conflito, o medo, a solidão  que me assolam,
e tudo o mais que não quero revelar.

Apavora-me imaginar que minhas fraquezas e medos possam ser descobertos, por isso não hesito em criar máscaras por trás das quais me escondo - fachadas bem elaboradas que me ajudam a fingir, a proteger-me do olhar daqueles que veem além das aparências – apesar de não ter dúvida de ser esse olhar minha salvação.

Mas esse olhar deve trazer consigo aceitação, amor, pois essa é a única forma de eu conseguir libertar-me de mim mesmo, libertar-me de minha prisão interior, das barreiras que tão meticulosamente ergui.

Esse olhar é a única coisa que pode me  assegurar daquilo que não consigo assegurar a mim mesmo:

De que sou um ser digno. 


2 comentários:

  1. Linda mensagem. A verdade é que não somos perfeitos, todos nós temos nossos problemas e precisamos uns dos outros. bjs. F.

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