NADA A DIZER A NÃO SER: LEIA O TEXTO
Meu nome é M., estou com 45 anos e sou fruto de uma família disfuncional...
Meu nome é M., estou com 45 anos e sou fruto de uma família disfuncional...
...uma família que apesar de dizer que me respeita, admira, não demonstra em seus atos aceitação – a aceitação que tão desesperadamente preciso e que descobri, a duras penas, que não pode depender de nada ou ninguém. Cabe a mim a tarefa de me aceitar e me amar. Mas como?
Nesse
lar, se é que se pode chamar esse núcleo de lar - no sentido lato da palavra - a crítica, a
culpa, a incoerência e a cobrança subliminar imperam e como consequência
carrego comigo o sentimento de nunca ter feito o bastante, de nunca ter sido boa
o suficiente, de sempre ter deixado a desejar – sentimento este que me
acompanha em todos os meus relacionamentos. E, portanto, busco lenitivos para
aplacar a dor, a profunda dor que me paralisa. Isso não é uma justificativa,
apenas uma constatação. Dizem que a compreensão liberta e é isto que sinto:
entendo agora por que sempre quis provar meu valor pelo que faço e não pelo que
sou. Mas este reconhecimento não pode me levar à resignação, mas, sim a dar um
passo além, além da escravidão, da culpa; um passo ao encontro de mim. Em vez
de esperar o abraço e a aceitação do outro para validar o que sinto, devo
abraçar a mim mesma, aceitar e valorizar quem sou. Sim, os outros são
importantes, mas para nos lembrar de quem somos e não para ditar quem somos ou quem
deveríamos ser. Vivemos em uma época em que ninguém tem tempo. Portanto, reserve
um momento para ouvires a ti, para saberes quem és e para validar o que sentes, o
que pensas. Nunca espere do outro aquilo que não podes dar a ti mesmo. Pode ser
que sintas um vazio ao agires assim, mas esse será muito menor do que o
daqueles que esperam do outro aquilo que não podem dar a si mesmos.
Sê
fiel a ti e a teus princípios, ao teu modo de ser, a tuas crenças. Somente tu
podes oferecer a ti aquilo que a humanidade mais carece: Amor, Respeito e Aceitação.
Todos
têm uma receita pronta com as normas do bem viver e de ser feliz, baseadas em
ideias pré-concebidas, e se esquecem da maravilha de sermos cada um de nós um
ser único, com uma impressão digital única, uma voz única, uma alma única e
nisso reside a beleza da Criação. Um único Criador dividido, multiplicado, o
que seja, em bilhões de seres únicos, cada um dos quais espelha Sua grandeza.
Precisamos
nos fazer valer pelo que somos, suplantando toda dor, crítica, angústia e alçar
vôo, perdoando a tudo e a todos por terem falhado, conscientes de que seu
desejo era acertar, fazer o melhor, assim como nós, também, somos sujeitos a
falhas e temos de aprender a nos perdoar.
A
consciência nos liberta dos grilhões.
M.