segunda-feira, 7 de novembro de 2011

Será que estamos voltando à pré-história?

    O homem em vez de andar, 
    Se arrasta;
    Em vez de falar,
    Grunhe.



    sábado, 5 de novembro de 2011

    Sociedade do Condicionamento



    "Sociedade do condicionamento"
    Acho que em vez do surrado termo "sociedade de consumo", deveríamos substituí-lo por algo mais atual, mais "up to date" (para usar uma expressão da moda) - a "sociedade do condicionamento".
    Dias atrás, estava no toalete da empresa onde dou aulas e me deparei com uma situação curiosa; uma colega, por hábito, pressionava insistentemente o dispenser de sabonete líquido vazio à sua direita que, há mais de uma semana, havia sido substituído por um belo frasco colocado na bancada à sua esquerda. Essa cena me fez refletir sobre o quanto estamos exacerbadamente condicionados, sobre o quanto nosso consumo é exacerbadamente condicionado.
    O que será de você se não tiver um celular (cuja função básica é fazer e receber ligações) que lhe permita acessar a Internet, tirar fotos, receber e enviar e-mails, além de baixar músicas, vídeos, etc. etc. etc., quando tudo o que você mais quer é deitar no sofá, relaxar e assistir ao último episódio de sua série favorita?
    E que espécie de ET é você se não tiver um I-pod, I-pad, I-sso, I-aquilo e I-aquil'outro e pelo menos 300.000 "amigos" nas redes sociais?
    Esses e tantos outros condicionamentos  não só colocam ponto final à nossa criatividade como nos levam a acreditar que ela é um dom restrito a personalidades como Renoir, Picasso, José Saramago, Steve Jobs... Não! A criatividade está presente em nosso modo de viver, nas pequenas mudanças que fazemos em nosso dia-a-dia, em nossos hábitos arraigados.
    Por vivermos em sociedade, queremos ser aceitos, nos rendemos a ela e abrimos mão de nossa autenticidade, irreverência e tudo mais que nos torna únicos.
    Ainda há muito a dizer e vários fatos curiosos a contar, mas, antes, espero seu comentário.


    Ah! Só um lembrete do Dalai Lama:

    "Os homens vivem como se não fossem morrer e morrem como se não tivessem vivido." 

    quinta-feira, 3 de novembro de 2011


    DESABAFO NO SUPERMERCADO
    Na fila do supermercado, o caixa diz a uma senhora idosa que ela deveria trazer suas próprias sacolas de compras, visto que sacos plásticos não são "amigos" do meio ambiente. A senhora pediu desculpas, dizendo: “Não havia essa onda verde no meu tempo", e o funcionário respondeu:"Esse é o problema, minha senhora. Sua geração não se preocupou nem um pouco com o meio ambiente".


    "Você está certo", concordou ela, "nossa geração não se preocupou com o meio ambiente como deveria".

    Naquela época, as garrafas de leite, de refrigerante, de cerveja eram devolvidas aos mercados, padarias... que as mandavam de volta para a fábrica, onde eram lavadas,  esterilizadas e usadas umas tantas e outras vezes.

    Realmente não nos preocupávamos com o meio ambiente. Subíamos as escadas, pois não havia escadas rolantes nas lojas, nos aeroportos; caminhávamos em vez de usar  nosso carro com motor de 300 cavalos de potência para ir à padaria a dois quarteirões de casa.

    Mas você está certo. Nós não nos preocupávamos com o meio ambiente. Até então, as fraldas de bebês eram lavadas, porque não havia fraldas descartáveis, e secas pela energia solar e eólica em vez de pelas bamboleantes máquinas de 220 volts. Os  pequenos usavam as roupas que tinham sido de seus irmãos mais velhos.

    Mas é verdade: não havia preocupação com o meio ambiente. Naquela época havia somente uma TV ou rádio em casa, e não uma TV em cada quarto. E a TV tinha uma tela do tamanho de um lenço, não um telão do tamanho de um estádio; que será descartada como depois ?

    Na cozinha, tudo, o bolo, as claras em neve, era batido à mão, não tínhamos engenhocas elétricas que fazem tudo por nós. Quando embalávamos algo um pouco mais frágil, usávamos jornal amassado e não plástico bolha ou pellets de plástico que demoram cinco séculos para começar a se degradar.

    Naqueles tempos não se usava um motor a gasolina para cortar a grama, mas sim os braços e um cortador de grama. Quem precisava ir à academia?

    Mas você tem razão: não havia preocupação com o meio ambiente. Bebíamos diretamente da fonte, quando estávamos com sede, em vez de usar copos plásticos e garrafas pet que agora lotam os oceanos. Canetas: recarregávamos com tinta umas tantas vezes em vez de comprar uma após outra. Usávamos navalhas e giletes, em vez de  aparelhos 'descartáveis' que jogamos fora porque a lâmina ficou sem corte.

    Na verdade, tivemos uma onda verde naquela época. As pessoas tomavam o bonde ou ônibus, e os garotos iam para a escola a pé ou de bicicleta, não usavam a mãe como um serviço de rádio táxi 24 horas. Tínhamos só uma tomada em cada quarto, e não um quadro de tomadas em cada parede para alimentar uma dúzia de aparelhos. Não precisávamos de um GPS para receber sinais de satélites, a milhas de distância no espaço, só para encontrar a pizzaria mais próxima.

    Você não acha ridículo, portanto, a geração atual  falar tanto sobre meio ambiente, mas não  querer abrir mão de nenhum conforto moderno  ou pensar em viver um pouco como na minha época?

    Eu (Jeferson) vivi nessa época. Comprava leite da "vaquinha", uma espécie de carrinho-tanque cheio de leite fresco que passava pela rua algumas vezes por semana. Eu corria com um frasco de vidro na mão para enchê-lo com leite "tirado" diretamente da torneirinha da "vaquinha". As estradas não eram asfaltadas e o trem, bonde e ônibus elétrico eram os principais meios de transporte público.

    O único senão era que naquela época se fumava muito mais do que hoje em dia. De resto, preservávamos o meio ambiente até mesmo sem  saber o que era bem isso.

    Adaptação do texto "Reciclagem" de Jeferson Malaguti Soares